Alma em punho
Alma em punho
Alma em punho, vou riscando esferas luminosas,
do alto me acenam as estrelas fugidias e medrosas,
nas mãos de antena à doce graça do clarão bendito,
entrego minh’esperança parida na fé que acalento,
perdida em meu casulo por temer o fim, eu grito!
Meu coração no envelhecido fruto bravo e valente,
por vezes me faz sentir essencialmente estranho,
dentro deste mundo branco e negro sou a semente
fecundada do grão pequenino neste mundo tamanho!
Tenho pai-criador, sou filha e criatura,o céu longo
me abraçando,logo meus medos descobre e os espanta
para longos lagos sombrios exterminadores de perigo,
oh harmonia bondosa, que refloresce feito floresta!
D'um lado há flores no jardim,do outro me afrontam
os corruptos pretensiosos a desviar-me do Caminho,
mas sendo fugitivos da Luz, nos abismos se deitam
e me deixam a divina claridade onde faço meu ninho,
ladeando riachos e rosais, florescendo eternamente,
nada e jamais haverá que me domine ou que me vença,
desde o momento em que minh’alma acorda mudamente,
ela arrebenta em flores e transborda emoção imensa!
Santos-SP-13/02/2006