DESEJOS ÍNTIMOS
Hoje eu queria que o tempo parasse.
Cessar a caminhada, corrigir a rota,
percorrer todo o caminho de volta...
se possível até retornar às entranhas de quem me gerou.
Apagaria os sonhos,
destruiria os rastos por onde passei.
Colocaria de volta em seus lugares
todas as paixões proibidas...
os amores impossíveis...
Não amaria ninguém.
Começaria tudo, escolhendo outra estrela,
Outra estrela-guia que me desse mais sorte...
Olharia o mundo sem emoção,
sem dor, sem ilusão!
Calaria a minha voz,
fecharia meus ouvidos para a sorte atroz.
Eu queria parar o tempo,
parar o velocímetro da história.
Retomar a trilha, começar do nada,
plantar só flores na minha estrada.
Mas eu não posso parar o tempo,
aceno e quero voltar.
Pegar outro destino, quem sabe um atalho,
mas minha ânsia já não é sentida.
Procuro...procuro em vão uma saída!
Quero jogar fora essa bagagem
que me pesa tanto.
Quero me libertar de todas essas máscaras
Que me pesam tanto...na alma e na viagem!
Quero sair daqui, este lugar me assusta.
Quero sair daqui para me encontrar,
entrar dentro de mim e me libertar!...
Bater na porta do meu próprio mundo,
Ficar só, contemplando a minha alma,
Sorrindo pra ela como uma criança
(que nunca fui)
Entrar na salinha de espera,
sondar, pela janela, contemplar o céu...
Ouvir o mar, ouvir o vento...
Ouvir a minha própria voz
Que há muito se calou!