E PARA NÃO FALAR DE AMOR...
Da ferida aberta
Ainda corre a lembrança
Dos dias causticados
Onde o murmúrio da dor
Ainda não fora vacinado.
E da revolta recém nascida
Surgiu um novo conceito:
O medo não mais podia,
Entortar o garfo e virar o prato!
E assim... saiu à revolta para caminhar
No asfalto. Feia e mal vestida;
Foi logo percebida e reprimida.
Pelos olhares e falares da policia associada.
Que argumentou que lugar de revolta
É na moda. E assim, criou-se a volta
Do assunto que já havia passado.
Contra o argumento da revolta: a TV ligada!
Um assunto palpitante e uma ONG criada.
Antigos sócios reunidos e o pão no lixo.
O vil metal liquidado é no bolso guardado.
E entre mentores da mídia e recursos malfadados,
Um petiz assombrado de olhos esgazeados.
Padece de incredulidade e nanismo exarcebado
Cresce-lhe o sonho de ter um estomago saciado
E da fome ao grito é só um vacilo de quem esqueceu
Que a fome não tem meio termo
E que é no ermo do nosso esquecimento
Que a chaga maldita do egoísmo faz seu surgimento
E entre padecentes e padecidos somos todos
Do mesmo barro que encobrirá nossa vergonha
Quando deitado em decúbito dorsal dissermos amém