E PARA NÃO FALAR DE AMOR...

Da ferida aberta

Ainda corre a lembrança

Dos dias causticados

Onde o murmúrio da dor

Ainda não fora vacinado.

E da revolta recém nascida

Surgiu um novo conceito:

O medo não mais podia,

Entortar o garfo e virar o prato!

E assim... saiu à revolta para caminhar

No asfalto. Feia e mal vestida;

Foi logo percebida e reprimida.

Pelos olhares e falares da policia associada.

Que argumentou que lugar de revolta

É na moda. E assim, criou-se a volta

Do assunto que já havia passado.

Contra o argumento da revolta: a TV ligada!

Um assunto palpitante e uma ONG criada.

Antigos sócios reunidos e o pão no lixo.

O vil metal liquidado é no bolso guardado.

E entre mentores da mídia e recursos malfadados,

Um petiz assombrado de olhos esgazeados.

Padece de incredulidade e nanismo exarcebado

Cresce-lhe o sonho de ter um estomago saciado

E da fome ao grito é só um vacilo de quem esqueceu

Que a fome não tem meio termo

E que é no ermo do nosso esquecimento

Que a chaga maldita do egoísmo faz seu surgimento

E entre padecentes e padecidos somos todos

Do mesmo barro que encobrirá nossa vergonha

Quando deitado em decúbito dorsal dissermos amém

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 16/09/2008
Reeditado em 19/09/2008
Código do texto: T1181473
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