O poema está nascendo na terra do exílio

 

                    “Quando se começa a morar em vários lugares, acaba-se

                             não sendo parte de nenhum deles...”

 

 

O poema está nascendo na terra do exílio

E não há nenhuma lágrima para justificar a luz.    

São de pedras os caminhos que refletem

Visões de faces estranhas.

Há muito, minha saudade

Conta histórias de um tempo antigo.

 

O poema está nascendo na terra do exílio

E suas palavras são nômades

Que tropeçam nas feridas da alma.

O pão repartido

Não faz milagres

Na casa estrangeira.

 

O poema está nascendo na terra do exílio

E o silêncio é lâmina cor de sangue.

Não há gritos para libertar

As palavras

Que seguem incógnitas

Pelas ruas do tédio e da indiferença. 

                              Vinhedo, 4 de setembro de 2008.

Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 04/09/2008
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T1162309
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