O poema está nascendo na terra do exílio
“Quando se começa a morar em vários lugares, acaba-se
não sendo parte de nenhum deles...”
O poema está nascendo na terra do exílio
E não há nenhuma lágrima para justificar a luz.
São de pedras os caminhos que refletem
Visões de faces estranhas.
Há muito, minha saudade
Conta histórias de um tempo antigo.
O poema está nascendo na terra do exílio
E suas palavras são nômades
Que tropeçam nas feridas da alma.
O pão repartido
Não faz milagres
Na casa estrangeira.
O poema está nascendo na terra do exílio
E o silêncio é lâmina cor de sangue.
Não há gritos para libertar
As palavras
Que seguem incógnitas
Pelas ruas do tédio e da indiferença.
Vinhedo, 4 de setembro de 2008.