O SOL

O SOL

I

Olha o Sol, entre nesta nave, vamos navegar, andar - deixe o anzol.

Sol claro; o lusco fusco é você que busco.

Sol no nascente ou poente, não quer que invente - então experimente.

Não precisa que se invente, para te homenagear, assim de repente.

Acorda-me cedo, alegre fico sem medo, a noite trás muitos segredos.

Esquenta quando vem, esfria quando fico sem - há insolação também.

II

Insolação na cabeça, calor no coração - me farta de inspiração.

Antes que a chuva caia, vou até a praia - ela tira a saia.

Do sol quer a cor, se não sentir dor, fica até o sol se pôr.

Protetor na mão, ele só de calção nada de queimação.

Muda de instante, ameno iniciante - meio dia é escaldante.

III

Não importa vai avante, à tarde mais adiante já não é radiante.

A noite se esconde, todos pegam o bonde – vão sei pra onde?

A aurora te anuncia, da cor da melancia, cores fortes e macias.

O céu é teu painel, nem o Arcanjo Miguel, pintou uma noiva com anel.

Sol és doce como mel, desenhas o Noel - ás vezes amargo é um fel.

IV

Teu anel cospe fogo, para longe leva vida, que malogro - parece um jogo.

Me persegue, toda hora não há quem negue, ou será que só me segue?

Para muitos é deus; na Ásia os pigmeus, nos Pirineus - não são ateus?

Geras grandes verdades, as tempestades - as janelas e portas invade.

De manhã pela fresta da janela, me acordas, cobre meu corpo

– ilumina toda ela.

V

A seu corpo bem bronzeado, fico meio atordoado, que fado!.

Há sol na chuva, se molha a solteira a casada e a viúva.

Correm ver o sol se pondo, na colina vermelho ele é redondo

- há um lobo uivando.

Lá vai um infante, vejo sangue de um gigante - o sol morre por um instante.

A sua ausência trás o ópio, está escuro, quero vê-lo; cadê o microscópio?

- sol te procuro.

VI

Fico te admirando, para o céu olhando, sinto você andando.

Faço uma oratória, imagino tua trajetória, estudei na geografia a sua história.

Sol és grande e pequeno, mandas a saúde e o veneno, és quente e ameno.

Sol velho e novo é um pintinho, um polvo, Sol a gema do ovo.

Brilha na pele da donzela, todas ficam bela, a Joana - Cecília e a Manoela.

VII

Teu calor estimula o amor, desnuda o corpo, tira a dor

- quebra o falso pudor.

A flor para ti se abre, a menina seu corpo invade

- mostra o brilho da jade.

O sol no horizonte cresce, a escada ela desce

- na praia aparece.

Deita até adormecer, sua escultura me endoidece

- há se eu a tivesse.

Nos pés quer que comece, sobe as coxas quase tudo aparece

- tudo em mim tudo cresce.

VIII

Do sol passo o protetor, em seu corpo sou um corredor

- em suas curvas sou remador.

Não é do sol que sinto o calor, ela vira quer que passe sem pudor

- ai eu quero amor.

Como uma rosa no sol ela se abre, quer mais; não acabe

- a mão ao passar invade.

Na parte de trás, quer mais, me ensina como se faz

- passo e quero mais.

Seu corpo vou lapidar, no raio do sol trilhar

- é linda e mais vai ficar.

IX

No sol fiz uma escultura, moldei sua pele pura

- a parte macia e a dura.

Muito calor; no meu colo a tomei, como o deus Apolo a levei

- fui protegê-la em outro solo.

Bendito sol deste solo, sei que às vezes te amolo - nunca fujas te imploro.

Queimas a gordura, faz a energia pura, males você cura

- a séculos perdura.

Tua força derrete o aço, dás vida e mata no cansaço

- estás em tudo o que faço.

X

Sol que tem lugares altos e profundos; alimentas outros mundos

- o leão iracundo.

Abra a janela deixe o sol entrar, solte a tramela, sua fresta vai penetrar.

Sol hoje você não está aqui, vou te achar ali - me espere aí.

Faço uma música alegre em Sol maior, outra triste em bemol.

Te louvo estrela amarela, da gema do ovo, todo dias estás bem novo.

XI

Sol o planeta rei é grande ou então enganei, na geografia ensinei.

Estrela rainha, quando nasceste sexo não tinha - que tal ser mãezinha.

Nasce; e a noite se vai, então é o pai - vamos adorar a Deus Adonai.

Me diz quem és? Beijo teu pé; tenho fé; quem te fez? foi o Alá ou Javé?.

Txucarramãe, sempre a me esperar; então deve ser a mãe.

XII

Vou avante; quero seu calor; sou infante; então és minha amante?

Muito produz, com você tudo nasce, o beija-flor, avestruz

- e me das a luz.

Que idílio; no eclipse foge, tenho um amor assim vai e volta

- me toma na hipnose.

Foto síntese que faz o milho, sob tua luz sou um caudilho

- já fiz um filho.

Ter você é muita sorte; cresci e sou forte, sempre comigo

- no sul e no norte.

XIII

Qual teu segredo? Esconde-se no penedo

- no vampiro metes medo.

Não me assombra, o elefante aquece sua tromba

- a árvore dá a sombra.

Teu amarelo ouro, riqueza no couro, engorda a novilha e fortalece o touro.

Tem sol nos lugares que você anda, lá na terra do urso panda

- aqui na varanda.

Às vezes mais forte, não há quem suporte

- leva até a morte.

XIV

Onde tem sol tem amor, foge a dor; com certeza

- adeus tristeza.

Estou meio Tristão, você vai morrer; não seja chorão, só da qui um milhão.

Olha a TV; amanhã tem sol, saia do lençol

- agora prepare o anzol.

Tem sol no mapa astral, parece banal, mas é segredo abissal.

Que galardão; ela sol em Aires, o meu, porque não

- também coloco em escorpião.

XV

Não se espante vai avante; coloque no teu signo um forte sol brilhante.

Não vai errar, há dias que não tem sol, saiba espera

- seu caminho vai iluminar.

Cuidado ele invade, é uma variedade, o sol também tem tempestade.

Tua luz; como se fosse, faz das nuvens algodão doce

- e ao céu me conduz.

Meu mestre; devo merecer, me ensina brilhar

- quando tudo escurecer.

XVI

És potente se ergue imponente, alegra a gente, suave se despede

- lá no poente.

Sol Colorido levantas no paralelo, vermelho muito belo

- e deitas amarelo.

Logo se espalha sobre a terra; o mar tem calor; não é fornalha

- só deito na toalha.

Hei!, Desde pequeno sempre te olhei, enquanto viver

- sei que te admirarei.

Astro Rei de ti falei, certo não sei; manda-me aluz

- e sabe que sempre te amarei.

Samoel Bianeck
Enviado por Samoel Bianeck em 26/02/2006
Código do texto: T116206