Elegia ao que não sei
ante ao olhar absorto
em cujas pupilas brilha o mistério
que nos pulsa
adentro sendas iluminadas
pela chama opaca de respirações ofegantes
ritmos cadenciados
cuja lógica me escapa
de ser apenas humana
volto lá e regresso
a cada noite
a cada passo que não dou
quando duplos de nós sabem
o que não ousamos pensar
memória original
que nos ronda
em signos escondidos
do brilhar ofuscante
que em tecidos de pequeninas tramas
sombras
assombram aqueles que vivem
sem
o outro lado da linha
tênue
da vida que nos une
ainda.