Elegia ao que não sei

ante ao olhar absorto

em cujas pupilas brilha o mistério

que nos pulsa

adentro sendas iluminadas

pela chama opaca de respirações ofegantes

ritmos cadenciados

cuja lógica me escapa

de ser apenas humana

volto lá e regresso

a cada noite

a cada passo que não dou

quando duplos de nós sabem

o que não ousamos pensar

memória original

que nos ronda

em signos escondidos

do brilhar ofuscante

que em tecidos de pequeninas tramas

sombras

assombram aqueles que vivem

sem

o outro lado da linha

tênue

da vida que nos une

ainda.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 28/08/2008
Código do texto: T1149827
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