Sobre Anjos e Demônios

Três mil idéias explodem em minha mente.

Anjos e demônios batalham na minha frente.

Duas mil vidas já vivi,

Mas meu fim foi aqui.

Mil e quinhentos anos se passaram

E eu permaneci mudo,

A batalha eterna os anjos ganharam

E só aí que eu vi tudo.

Vi que trezentos mortos eram muito

E quinhentos vivos eram pouco.

Vi que nada vale vencer

Se, para gozar o júbilo,

Cava-se o próprio túmulo.

E os anjos e demônios de minha mente

Ainda lutam, se embatem.

É assim que eles fazem

E farão eternamente.

Minhas idéias se mostram turvas.

Minha estrada, sinuosa.

Com suas serras e curvas

É deveras perigosa.

Mas encontrei a solução:

Sentarei neste chão

E com meus demônios e anjos

Farei algum arranjo.

Buscarei a paz de cem vidas,

Serei águia ferida

Que busca na alta montanha

Cura para sua dor tamanha.

E serei o chacal violento

Que percorre mil milhas

Em busca e fuga da matilha,

Razão e cura de seu tormento.

E quando chegar meu fim,

Ao som de trinta tambores

Terão fim meus temores.

Serei dono de mim.

290307

Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 26/08/2008
Reeditado em 21/09/2009
Código do texto: T1147721
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