Fascinação...
Há no ar uma suave energia...
Que toca, vibra e contagia
Dá sentido e fecunda fantasia
Onde o sonho sempre se inicia
Inspira o poeta para a liturgia...
A alegrar as vidas mais sofridas
Assim cicatriza todas as feridas
Seduz e conduz almas perdidas
Pelo toque intenso e delicado
Pinta, tece, borda, transborda
Cenários, enredos, romances...
Dramas, comédias enternecem
A arte é sua meta e ferramenta
Dispõe de perícia e nela enfrenta
Com apurada técnica ele comenta
Suas peripécias logo emolduram
Para delírio dos olhares famintos
Por projetarem nele seus labirintos
Simbiose metafísica dos instintos
Onde a espécie acontece e aparece
Na pujança do amor que resplandece
E tudo fica tão belo e nos aquece
Até o rouxinol canta nas janelas
As flores se abrem em pétalas
Exala no ambiente um perfume...
Das narinas que navega pela pele
E o corpo todo pede por carícias
Não há como não quedar-se...
Diante do fascínio que inebria
Tanta beleza e pureza tão sadia
Que da lavra faz nascer a poesia.
Hildebrando Menezes