Entredentes

Minha língua, feito nó,

diz e desdiz agora,

enfeita verbos, palavras

e põe todas para fora.

Minha boca aperta frases,

mastiga e vomita tudo,

solta o alfabeto inteiro;

entredentes, não sou mudo.

Que meu mundo, são letras,

esses verbos soltos e tantos,

a me alimentarem feito tetas,

onde faço rezas, adoro santos.