Cada Lágrima Que Guardo...
Cada Lágrima Que Guardo...
Delasnieve Daspet
Somos tão absurdamente frágeis...
Tão frágil que não entendo que
Somos apenas humanos.
Questiono-me, em alguns momentos,
De solidão recolhida,
Qual o propósito da vida?
Quanto tempo vamos durar?
Qual é a nossa missão?
Que existe, existe... não teria sentido
Estarmos por estar, apenas!
Olhar o pôr-do-sol, a gota da chuva,
O riso, vivendo, amando, odiando,
Magoando, chorando, sorrindo,estamos aqui,
É este o nosso destino?
Como preservar-nos?
Existe um dia definido para as coisas?
De que vale a vida que sorrimos ou
A morte que lamentamos ?
Canto-a hoje... Canto-a sempre...
Canto-a porque, eu e ela, nós,
Quando nascemos - chegamos juntos,
Anunciada ou escondida, cada dia,
Sinto-a tão presente, mansa e sorrateira,
Com sua ceifadeira!
Enfeito-me ó morte, vivo-a em vida...
Vivo em toda a essência,
Aproveitando o ideal que me abrasa
E que me faz parte de um Todo!
Meu destino, meu fim,
Tão igual ao de milhares...
Imperscrutável!
Não serei lavada nem com mirra ou incensos,
Não estarei coberta nem de ouro ou pedras,
Mas, na cova rasa, de terra...
No céu , a lua é quase nova,
Mercúrio e Vênus ingressam em Capricórnio,
Aqui na Terra - nenhuma alma de boa vontade
Pode explicar as mutações tão radicais que
Chegam...
Tornamos tudo mais difícil,
Mantemos tantos conflitos,
Promovemos guerras e preconceitos,
Ainda não percebemos que estamos
Num processo de mutação radical
E que estamos saindo de cena...
Em meu peito, cada lágrima que guardo,
É para chorar porque sou humana,
Demasiadamente humana....
Em Campo Grande MS
Às 23,30 hs
MEDIA\garfunkel-song of silence25.wav