Áspero

Mãos pesadas, em lixa,

A dor, a submissão, o medo

Pele ardida, em ferida

O choro, a humilhação, o freio

Farsa esta, a da liberdade

Quando se está acorrentada ao desejo

Ilusão cruel, a da animosidade

Esconde somente o pavor, o receio

Espere, então, seus resultados

Deixa-te envolver pelo vão lampejo

Que cega, que compra os exaltados

Os que escondem o medo com maus tratos

Entregando-se ao seu galanteio

Pois o áspero carinho do seu beijo

Alimenta com a desumanidade teu cerco

Este sufoca tua essência – Está feito!

O medo roubou-te a sanidade, deu-te arreios

Estás morta. Estás ausente por inteiro!