IDENTIDADE
Não sou o que sou.
Não sou o que aparento ser.
Há em mim somente
sinais de intermináveis eras.
Sou uma complexa combinação
de carbono e bactérias.
Sou parente de quem?
Não me pareço com ninguém.
Sou um feixe com bilhões de corpúsculos
que ganharam apelidos
gregos e latinos...
Sem parentesco, sem destino.
Quantos pais eu tenho?
Milhões e nenhum!
Quantas mães?
Em quantas eras?
Já era!
Não sou, estou
num planeta
que viaja alucinado
entre sóis e estrelas.
Mas a mente inquiridora
Não cessa:
“Quem sou eu?”
Filho do maravilhoso Caos
Criado por uma mente fria.
Uma mente que não mente,
não responde, não sente...
Só cria!
(J.C.Ligeski26/09/2005)