Perdida com Brinco de Pérolas
Teu olhar,
tuas mãos distantes,
me afaga a alma e
me agita os poros.
O ecoar da tua voz em minhas nervuras
é frêmita sinfonia desconhecida
Ah! Stravinsky...
Notas dissonantes encontram ritmo
em meu corpo nu,
sintonia cósmica que já me preenche de sermos.
E é pelo tato ardido que se faz amor,
roçar de chamas,
é pelo beijo que nos faríamos extasiados.
Através do calor,
do esfregaço de corpos
nos faríamos artistas,
poetas, talvez,
do arder divinal.
O alarme da carne ansiosa é sirene incessante,
Escuta-me!
O tremor diáfano das minhas células em desencanto
me atordoam o espírito,
Toca-me!
E o silêncio que me grita reverbera, sem ecos,
no pulsar de um coração que ainda lateja.
Vertigem abissal de querer-te.