Na água fui construída
Da água sou dependente.
As folhas verdes, nutridas
Das árvores, tão esquecidas,
Dão-me a vida, plenamente!
De água é esse pranto,
Deslizando em meu rosto.
Que ora nubla meu canto
Intermitente, no entanto,
Sobressaindo o desgosto!
Com água mato a vontade
De enxaguar-me, inteira.
Retendo a necessidade,
Extravasando a saudade
Em minh’alma verdadeira!
Em água da chuva, quente,
mergulhei minha alegria.
Plantei a fértil semente,
A flor brotou, docemente,
Envolta em sua magia!
Em água eu lavo as dores
E meus sonhos, sonharei.
Dispo-me de meus temores
Nasci, da água, nas cores,
À água...retornarei!