LIÇÃO DO INFINITO

Adormeci diante dos espelhos.

Inscrevi na chuva meu nome

e meus olhos declinavam da alegria.

As mãos... conchas vazias.

Inutilmente formava cascastas

de palavras na areia

e o mar as levava...

e minhas mãos cinzelavam

castelos em pedra fria.

A música de minha alma

era exílio...canção de exílio...

Aldeã esperando que o nada

viesse perfumar meus cílios.

E os dias expandiam-se, gritavam,

pássaros dançavam,

e eu dormindo...

sobre um sonho maior

que o meu próprio abismo.

Mas a rosa azul tem a cor do infinito.

Pétalas de estrelas,

raios de lua como espinhos.

E foi ela.... que mostrou-me a hora

de ir-me

por um novo caminho.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 28/05/2008
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T1009588
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