Festejo no Monte Olimpo
Espalhou-se pelas divindades
A notícia de uma festa
Hermes, mensageiro dos deuses,
Partiu ao mandado de Hera.
Muitos pergaminhos à mão
Convites fechados com folhas de louro
E o símbolo de um trovão
Gravados em letras de ouro
Todas vestidas de gala
Assim vieram as ninfas
Acompanhadas de Eufrosina, Agaia e Talia
As belas e as três graças.
Hefesto, Ares e Heracles
Dionísio logo em seguida
Atena, Ártemis e Afrodite,
Musas da beleza, da caça e da sabedoria.
Apollo a todos impressionou
Com sua alegria e juventude
Mas foi Adônis, o deus da beleza,
Quem encantou com plenitude.
Dionísio distribuiu o vinho
Mas da taça de Circe ninguém bebe
Pois dizem que ela punha veneno
Ludibriando com um sorriso alegre.
Hades e Perséfone, um estranho casal,
Amofinaram Tália, a comédia
Juntaram-se com Melpômene, a tragédia
E nada disse Calíope, a poesia épica.
E mais a duraria a celebração
Se não trouxessem Cérbero à festa
Já não bastasse o cão guardião
Veio também a Quimera.
Os deuses se enfureceram,
Hércules quis aos bichos matar
Mas Hades sequer o deixava encostar
No seu cão de estimação e a bela quimera.
Mal haviam resolvido o problema
Quando mais animais surgiram
O leão de Neméia e a hidra de Lerna.
Também aos outros afligiram.
Assim acabou-se o festejo
Com Ártemis dando cabo das feras
No fim, quem realmente se divertiu
Foram Cérbero, a hidra, o leão e a quimera.