Há alguém assim?

Como eu poderia não ser eu?

Se tantas lembranças persistiam

Se minhas antigas inseguranças apenas se escondiam

E em inesperadas aparições me surpreendiam?

Como poderia ser o mesmo

Se a minha pele encolhia?

Minhas mãos... Minhas opiniões...

...E as pessoas nem me reconheciam?

Como ainda estaria no mundo sendo aquele

Cujas idéias não se aplicariam?

As pessoas se perdiam

E nos raros retornos seus, eu não as reconhecia?

Andei pulando tempos?

Saltando etapas?

Andei morrendo e me dividindo

com um eu ficando e outro eu seguindo?

Onde estariam os eus ficados?

Teriam mesmo tido um fim,

Dividindo-se infinitamente,

Ou dentro de seus destinos estariam perguntando por mim?

Eu não sou mais eu

Eu apenas estou eu

Emprestado a mim

Sem saber como será o fim