Deuses em Babilônia

Ouçam transeuntes da última passagem

O corcel do novo amanhecer veio cessar os jogos do cotidiano

Abram suas mentes a todos os ouvidos que clamam por respostas

Eles trilham caminhos que levam a lugar nenhum

Singrando os sete mares em naus de tristeza

Procurando uma razão, ignoram tantas mãos levantadas aos céus

Mas esta noite, adentro os portões do passado

Mas esta noite, o sagrado retorno reveste minhas legiões

Pois do espinho em carne, sorvo o vermelho da rosa

Dança que em transe às alturas eleva meu espírito

Abalando os jardins suspensos num círculo de excessos

Invocando os deuses no deleite de sua câmara de luxúria

Gritos que rasgam a noite, desejos espelhando pesadelos!

Não preciso que desviem minha rota

Minha direção mira apenas um norte sem amanhã

Na companhia dos deuses, destruindo reinos e sonhos

Na Babilônia dos deuses, prazer e escravidão - vícios da humanidade

No cemitério dos deuses, leito último de minha solidão última

Lágrimas são o que restam de um sonho sufocante

Despedida forçada de um momento que beijou a eternidade

Lembrando, pó e ossos são o futuro que a natureza humana persegue

Isaque
Enviado por Isaque em 11/05/2008
Reeditado em 11/05/2008
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