Deuses em Babilônia
Ouçam transeuntes da última passagem
O corcel do novo amanhecer veio cessar os jogos do cotidiano
Abram suas mentes a todos os ouvidos que clamam por respostas
Eles trilham caminhos que levam a lugar nenhum
Singrando os sete mares em naus de tristeza
Procurando uma razão, ignoram tantas mãos levantadas aos céus
Mas esta noite, adentro os portões do passado
Mas esta noite, o sagrado retorno reveste minhas legiões
Pois do espinho em carne, sorvo o vermelho da rosa
Dança que em transe às alturas eleva meu espírito
Abalando os jardins suspensos num círculo de excessos
Invocando os deuses no deleite de sua câmara de luxúria
Gritos que rasgam a noite, desejos espelhando pesadelos!
Não preciso que desviem minha rota
Minha direção mira apenas um norte sem amanhã
Na companhia dos deuses, destruindo reinos e sonhos
Na Babilônia dos deuses, prazer e escravidão - vícios da humanidade
No cemitério dos deuses, leito último de minha solidão última
Lágrimas são o que restam de um sonho sufocante
Despedida forçada de um momento que beijou a eternidade
Lembrando, pó e ossos são o futuro que a natureza humana persegue