DRAMA EXISTENCIAL

  

Esta dor que me invade

Reflete todo o tormento

De uma alma desnuda

Que se perdeu no espaço das horas

Em questionamentos existenciais

Sem respostas racionais

Quem somos? Para onde vamos?

Por que viemos?

Pra quê vivemos?

Por quê vivemos?

E nessas questões se perde a dimensão do ser

Em igrejas e rituais sacristicos

Que já não se conhece mais

Entre mistérios e canções soturnas

Se envolve em brumas

De Avalon e cavernas mágicas

Decifrando enigmas seculares

Hieróglifos e outros símbolos

Alma atormentada se cobre

Em armaduras medievais

E coloca a máscara do escárnio

De uma esperança vazia

De um mundo putreinfecto

Onde o ser humano

Se confunde com o espectro

Rastejante e nauseabundo

Desvelando os segredos

De um cristal tridimensional

Onde as várias faces revelam

Outras faces que tentamos esconder

E no anonimato das sombras

Cometemos os mais impuros pecados

E como em Sodoma e Gomorra

somos castigados e transformados

Em estátua de sal.

Arrependidos queremos confessar nossos pecados

Mas já é tarde pra arrependimentos

Só restando mesmo o castigo das chamas que arde

Nas entranhas do homem que, cabisbaixo

Reflete sua insignificância perante a imortalidade

E se sente um reles ser mortal.

A imortalidade só é permitida

Àqueles que não podem amar, porque já não vivem

São apenas seres imortais...sem alma.

Vitória/ES - Em 30/04/08 - escrito às 1:35 hs