OBSERVO NITIDAMENTE O ESCURO

Há uma voz que vem no vento

Sussurrando cantigas de amor

Requintando o meu silencio

No brilho embebido do meu olhar

Desarmo o peito a uma estrela

Cintilante que me grita do infinito

Esperando uma coroa sem cara

Da metade gémea que faz o chamamento

Observo nitidamente o escuro

Com mãos trémulas rogando carinho

De toques ausentes no vazio das noites

Num beijo oco na orla da solidão

Caindo na dependência do rigoroso

Nas escolhas sem saber o que procuro

Equilibrando o caminho que é estreito

E a distancia evolui o começo

De um fim com fim á vista