IMORTAL


Não haverá noite, nem amanhãs...

Somente o ser.

Pisando no barro e

Cuspindo no sonho que lhe sobe pelas encostas,

Conduzindo estrelas e as dores curtidas

Nesta argamassa que lhe reveste os ossos.

A boca que segreda esquinas

Lambe

As feridas cruas,

Agora – um silencio de pedra

No assoalho das catacumbas,

O medo

Onde a lua veleja na lembrança e

Surge solitária e densa

Por detrás das araucárias – gênese sob a cruz.

E o calvário do olhar pentassílabo

Que padece enquanto navego este céu viandante 
Da noitidão da alma 
Que fecha as asas

Calando os malefícios e soluços

Dos nobres.

Recitando o Salmo e incorporando

O renascer do mundo

Caminho descalça pelo átrio

Desta quimérica Babilônia.

 

 

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 18/04/2008
Reeditado em 14/08/2009
Código do texto: T951887
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