Como um vagabundo
Sou um colibri cheio de cascos
e um carcará sem bico
e um rio sem água.
Dentro de mim há um mundo
e incompletas partes
como se sorrir fosse-me arte
e chorar, fazer versos.
Sou a vida sem a morte
e a morte sem a vida,
estrela apagada, luz esquecida
e as estradas sem meus pés.
Viajo sem destino,
mudo das palavras,
sonolento das insônias,
como se vivesse
sem chão e sem mundo
um destronado vagabundo,
um ser irreal...