Espartano
Estava a mercê de seu inimigo,
Sem possibilidade de fuga ou resistência,
Não que não tentasse resistir;
Com um Grito:
Maldito!!
A resposta:
Sua perna foi arrancada, liquido vital jorrou.
Mas não seu orgulho.
Mirou o Deus que o aprisionava e gritou:
Maldito! Não me renderei!
Outra perna foi arrancada.
Ainda podia se debater.
Apontou, acusador, com todo o seu ódio:
Não pense que venceu! Não me renderei!!
Mais um membro se foi.
A dor se tornava insuportável, mas lhe dava mais força.
Força incrível para se erguer:
Ainda está fácil para te cuspir!
Seu braço se despediu de seu corpo,
Achou engraçado: Rá,rá,rá!
Olha desgraçado! Como ele balança me dizendo tchau!
Mais uma parte sua foi arrancada;
Já não suportava o sofrimento,
Queria paz, queria ser deixado em paz.
Mas não podia vacilar:
Me contorço! Me contorço, mas não me rendo!
Perdeu sua última perna,
Por mera brincadeira.
Seu tronco se contorcia e se dobrava.
Rolou, rastejou:
Não! Não! Não!
Seu último suspiro,
Seu último movimento.
Um sussurro,
Tão solitário quanto seu primeiro grito:
Maldito! Meu orgulho, não me renn...
Enquanto o último sopro de vida,
Abandonava o corpo daquela formiga.
O garoto pegou uma outra,
E continuou sua brincadeira macabra.