Chão de nuvens

Nebulosas intensas nuvens

Esvoaçam no escuro chão

Como suave brisa elas vêm

Evaporam gotas de emoção

No ar a singela inspiração...

Abre uma cortina de fumaça

Que tudo perpassa em graça

Ao fazê-lo sentir a presença

Que está solta como sentença

De que ela virá e aparecerá!

Com o brilho reluzente nos olhos

Espalhando no ar a esperança

Como canto, música ou dança...

No perfume que vem... Avança!

Desperta cheiro languido pudico

Tênue... Meio denso e lúdico

Que logo enternece e aquece

Faz ajoelhar o poeta em prece

Fica cativo... Rascunha versos

Borbulhados lá do seu íntimo

Dos subterrâneos do mundo

Onde habitam as essências

Eclode as palavras escondidas

Numa vã e insana tentativa...

Aperta o gatilho da poesia

Para atingir o coração da amada

Com seu grito sussurrado e mudo

Tateia, anseia, sonha, preenche...

Os espaços para nela chegar

Tocar leve em seus ouvidos...

Está todo seduzido e seduzindo

Ao ver a musa entre as nuvens

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/04/2008
Reeditado em 04/07/2012
Código do texto: T945233