Não foi mentira!
Minha voz é fogo corredor
que me leva aos teus ouvidos.
É ela como Sísipo: vai e volta
a doar-se e desfazer-se.
Minha palavra é o fogo de minha voz
que mesmo andando a sós
choca-se, derruba e mata quem encontra.
Mas o meu silêncio é tudo de mim
e se ele não te fala assim,
é porque assim ele é em ti chegado.
Discurso por fim a saudar-te
e, olhando dentro de mim, acertar-te
porque tudo o que te falei
estava além dessas palavras desenhadas
como sendo elas as minhas únicas verdades!