O REPTO
Quem quiser asselvajar o meu olhar;
Terá que descobrir onde eu escondo, meu lado desumano;
Terá que convencer meu ego obscuro, a se auto-estribar;
E cobrir de púrpura, o meu eu leviano!
Quem almeja dilapidar as fronteiras que me dei;
Terá que me apresentar, o que em mim eu ignoro;
E me fazer abandonar, os cuidados que tanto diligenciei;
Terá que me ensinar a desprezar, todo o perdão que até hoje imploro!
Quem pretende distorcer as minhas equalizações;
Precisará me circunlunar, e descobrir a minha lua oculta;
Terá que vestir de clangor, as minhas solidões;
Terá que ludibriar a minha serenidade, com uma proposta estulta!
Quem desejar manter um arsenal, onde eu só guardo flores;
Terá que alimentar o meu olhar, com um pão psicodélico;
Precisará evitar a concretização, dos meus rumores;
Terá que converter meu paraíso, em território bélico!
Muitos já tentaram confundir meus trilhos;
Muitos seduziram meu espelho, a refletir o que não sou;
Tantos me disseram, que sou escravo de meus estilos;
Mas nem a minha metamorfose, até hoje me modificou!