Nas pontas dos dedos
É. Só eu sei o que me acontece
quando a música me rapta
e me deixa descoberta
à mercê da melodia...
Meu sangue borbulha nas veias
em cadências ora suaves, ora nostálgicas,
e explode posseiro, dominador e
certeiro, bombeando minhas emoções.
Torno-me sinfonia anti-Electra
e busco meus Mecenas
nas pontas dos dedos,
nos lábios sem cor.
A melodia resgata meus eus em conflitos.
Ameniza-os.
Líquida, percorro os caminhos dos tons,
dos sons límpidos e dou-lhes apenas uma voz.
A voz da minha canção.