O silêncio
O silêncio envolve meu quarto, dissolve meus sonhos me condena
num preço não pago
um jogo ilícito,
as mãos cegas, os dedos levianos.
Pois não vale a pena deixar de viver
no silêncio inexistente
é melhor ir embora, adiante bem longe
Que meus olhos não bebam a mágoa
daqueles que não lutaram
deixe ir...
não segure, perseguem o mesmo mar
na curva de outro silêncio,
me sinto sozinho voar, pois eles voaram
me sinto um vício, proposto,
derrocado, simples
e mortal como qualquer outro.
Sinto desaparecer
sinto meus lábios umidecerem ao tocar os teus
assim de repente
num toque diferente
vem o vício de cada hora
se tem o silêncio de agora
pra se imortalizar, se têm as mesmas asas
para o horizonte voar sem sair do chão
se olha pra cima
veja só estrelas e imensidão