A DOR DA POESIA

A DOR DA POESIA

dói o verso

e pena a estrofe

machuca o coração a forma

a mente quer a norma

choram as palavras

lágrimas molham a lauda

queria um poema de amor

todo romantismo

restou apenas cinismo

e a dor da despedida

levo os versos ao altar das oferendas

os deuses literatos viram as faces

na dolorida desilusão

sinto meu penoso esforço sucumbir

a lauda o fogo aceita

deixa a lembrança

ínfima cinza

das palavras e rimas

uma dor no peito perdura

nem deuses literatos nem fogo

nada mata a poesia

a sofre o pensamento

guarda-lhe lembranças a mente

é a eterna hóspede do coração