[Ato VI] O Leão

Malho a roupa imunda...

Ele me fita da cama...

Fogão aceso na cozinha...

Na sala ele reina...

O aroma que atiça

Não é dedicado a ele...

Cabemos na mudez...

A harmonia faz morada

Nas estreitezas vazias dos aposentos...

Só minha vontade desistira de ficar ali...

Mas será chegado o momento...

Assim como minha vontade,

Dar-me-ei às suas unhas de navalha

Para ser modelada por elas ao seu bel prazer...

(CaosCidade Maravilhosa, 19 de dezembro de 2006. Este poema pertence ao meu projeto "Marina em Poesia".)