[Ato V] O Arbusto Decorativo e as Rosas
Quão feitos de pura perfeição verídica
são o arbusto e as rosas alheios.
O arbusto tão real quanto uma canção
não podia nutrir-se daquele alimento
ao redor de seus pés plásticos.
Porém os dias avançavam...
Cedido às vontades de outrem,
tomou um crescimento levando-se pelo tempo.
A fertilidade presenteou-lhe com uma flor.
Oh! Mas o que vejo?
São as transparentes, puramente pausadas rosas!
Eram ventríloquos,
pois faziam nossos olhos secarem em agonia.
Puramente falsas feitas de seda - Talvez...-
Suas folhas poderiam ser autenticas.
Embora noites e dias corressem fugazmente
no arbusto apontou-se em algo
que de tão maduro atirou-se ao chão.
O verão se invernizava, ia morrendo a cada minuto
levando a planta tão recatada.
Aos maldosos silfos que arrancavam uma a uma
as folhas 17 coloridas de 15.
Só restou-lhe o caule amargo,
indegustável, a ser abandonado.
E as rosas...
A curiosidade não se conteve.
Corajosa, tocou-as com seus dedos sequiosos...
E um estridente gemido ruborizado estendeu-se aos ouvidos
quando as escarlates pétalas dilaceravam a carne fresca
que viera com tão boa vontade...
(CaosCidade Maravilhosa, 21 de outubro de 2006. Este poema pertence ao meu projeto "Marina em Poesia".)