[Ato IV] Semelhança

"És uma pantera, negra quanto a sombra...

Com andar macio de uma...

Com olhos de citrino de uma..."

Contava-me... No seu ombro, eu repousava.

E um miadinho abafado saía de minha boca.

"És uma pantera, negra quanto a sombra...

Com andar macio de uma...

Com os olhos amarelados de citrino..."

Falava-me... E eu, de corpo e alma,

Apanterava-me por gosto dele.

"És uma..."

Dizia-me.

Até quando meu corpo lançado sobre o dele

Fazia de suas entranhas minhas...

E só então cri no que me dizia...

(CaosCidade Maravilhosa, 11 de novembro de 2006. Este poema pertence ao meu projeto "Marina em Poesia".)