Ofício de Poeta
(4) 05/12/2008
Poema selecionado para compor a XX Prêmio Ideal Clube de Literatura - Prêmio José Telles, em 2018.
Definitivamente não escrevo!
Antes, derramo a tinta sobre o papel.
E nesse eterno descompasso
Vou tentando transmitir alguma emoção.
Mas para ficar mais simples
Na arte de tentar uma definição
Eu poderia dizer que redijo algumas vezes.
Entretanto, não sei... Não sei...
No mais das vezes sou ininteligível
Ninguém entende e ninguém procura entender...
Bem sei que, em se tratando de poesia,
Muitas vezes a maior beleza não está no visível,
Não está na clareza da mensagem, mas, justamente,
Na curiosidade e na desconfiança do que se lê.
Neste ofício não sei bem o que é demasiado nobre
E o que é, decerto, tão sem-valor.
É que não vi tal padrão,
Não estudei a ciência de ser igual...
No mais, gosto de ficar pensando:
... Penso... Existo... Desisto...