OS VENTOS DO ROCK AND ROLL

Quando os ventos do rock and roll

sacodem minha prateleira,

penso

em como é bom a alma ser imortal,

para aproveitar melhor tudo isso,

e em como é bom a consciência ser infinita,

para caber nela tantos ídolos e idéias.

Então, vale a pena suportar o peso da lucidez

e a sensação de não pertencer a canto nenhum,

pois assim eu sei

que sou bicho

e que como eu são bilhões e bilhões

de cidadãos malucos do planeta.

Fantasmas escapam pelas costuras

do meu casaco,

mas estou certo que eles voltam,

pois somos todos

farinha do mesmo saco.