Alheia

Sinto-me alheia

avessa

ao trem que passa,

ruas vazias,

carros, buzinas.

Nada importa.

O olhar distante

diluído na chuva.

Respiro

fumaça,

angústia

vida às avessas

alheia ao que se passa.

Sinto-me

como pássaro em dono

gato molhado

olhar de paixão a primeira vista.

Meu diário de bordo revela:

um homem

em versos

esvaindo-se na cidade nua,

louca e crua.

E nada mais importa

os latidos,

o amanhã que não chega

- rastros -

nos compassos da vida

vou seguindo

sem nada dizer a ninguém.

O amor que me habita por dentro

guia meus passos,

ilumina,

se dissolve.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 16/02/2008
Reeditado em 07/08/2008
Código do texto: T862320
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