Rede, Céu e Sonhos
Na rede de dormir
Suspiros antigos da alma
Lamúrias ainda persistentes
Sonhos, devaneios, crises
Nesta tão calma rede
Ao som de agitados grilos
Embalada por lembranças
Sou velada pelo vento
Vento noturno, gelado
Entre o céu, sem brilho
Vou cochilando, suave
Vou viajando, no tempo
Uma viagem a longos mares
Ou a qualquer ilusão azul
passando por belos mundos
No caminho a lugar algum
Olhos abertos, desconcentrados
Tal a mente, pura e sonhadora
Que foi carregada pelo vento
Tal o amanhecer de uma garoa
Sentidos se esqueceram, além
No turvo e desmedido sonho
Donde um som eu vou montando
Junto ao verde grilo estranho