Teatro de bonecos

Nada vejo por essa estrada

Que não tome o caminho do nada.

Tudo é questão de tempo, enfim,

Torná-se-há pó, grão a grão,

Até o homem volta ao chão;

Exceto a alma que está em mim.

O homem surge para a vida.

No caminho pôe-se só de ida.

Pela vereda segue, pé em pé,

Vaga errante ao seu destino.

Ontem homem, hoje um menino,

Por certo - não aprendi a ter fé.

Minha vontade tão inútil,

Disfarça de uma forma sutil,

Mas revela-se pretensiosa;

Cena de teatro de bonecos

Com gritos de vozes sem ecos,

A uma platéia silenciosa.

Valter Vargas
Enviado por Valter Vargas em 12/02/2008
Reeditado em 15/05/2008
Código do texto: T856451