Teatro de bonecos
Nada vejo por essa estrada
Que não tome o caminho do nada.
Tudo é questão de tempo, enfim,
Torná-se-há pó, grão a grão,
Até o homem volta ao chão;
Exceto a alma que está em mim.
O homem surge para a vida.
No caminho pôe-se só de ida.
Pela vereda segue, pé em pé,
Vaga errante ao seu destino.
Ontem homem, hoje um menino,
Por certo - não aprendi a ter fé.
Minha vontade tão inútil,
Disfarça de uma forma sutil,
Mas revela-se pretensiosa;
Cena de teatro de bonecos
Com gritos de vozes sem ecos,
A uma platéia silenciosa.