SUBMERSO SUBMUNDO
Um mar de asfalto e gente
Do nada eu nado de contra corrente
nesta enchente cheia fedorenta
de serpentes até os dentes
de pentes que penteiam os cabelos das
rebentas malavadas
Presto conta dos pré-juízos
Menciono os júbilos
para quem precisa
e conto os sacrifícios dos que honram a camisa
encharcada de água suor e lágrimas
Componho cada fio fim princípio e meio da meada
Passando passeando nos aterros e enseadas
nas grutas cavernas tabernas e prostíbulos
submundanos & sacroprofanos
Assim sem haver tipos de entraves
produzo constantemente labaredas
através de uma vela bem acesa
em cima da minha cabeça recortada.
FELIPE REY