Pelo simples prazer insano de atiçar

Ela me chama, e não se apaga

Interrompe os baldes de água fria

Ela me queima, me pinta de cinza

Me borda com a borda do seu amor

Depois ela me prende, me voa

No mar sobre a proa, é procela

Depois que me vela, é quaresma

Me deixa sem carne, me deixa sem vinho

Me corre, me sua, me atira do ninho

Me abre os braços, me lasca na cruz

Eu fico sem rio, sem rua, sem samba

Eu estava feliz, e agora onde estou?

Tudo começou quando ainda criança

Entrou-me por mim a esperança e envelheci

Ela me chama, e não se apaga

Eu chego, e ela vai embora

Ela está feliz, e agora, onde estou?

lucheco
Enviado por lucheco em 02/02/2008
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