Perdoados discursos

Agora é só silêncio a minha voz

e soltas vivem apenas as palavras,

as que foram ditas

e emprestadas aos alheios ouvidos

de um mundo onde vivi.

Deito-me sobre vontades

e desperta-me um outro olhar

que me guarda do inaudito,

apresenta-me o esquisito,

que como um algoz foge.

Se vítima dos discursos sou,

nada do que fiz foi sem amor,

até quando maltratei palavras.

E neste silêncio desejo viver

e burburinhos reviver

nos átrios solitários e calados do meu peito.

Falem só para mim

e quando não for assim

estejam calados!