A APARIÇÃO

Quando ainda era menino, numa noite de insônia, voce me apareceu

O delírio daquela alta febre tornou confuso o que pensei ter visto

Eu tremia em meu leito solitário, quando seu beijo me adormeceu

Era a primeira vez que me visitava aquela imagem, que até hoje avisto!

Eu não podia tocar o seu corpo, mas me tocava o seu perfume

Sempre que chorei, deitei em seu colo e senti o afeto de suas mãos

Sua luz estava nas manhãs de sol ou no simples piscar dos vagalumes

Seus cuidados acalentavam meus impulsos enfermos, e os tornavam sãos!

Onde eu pudesse sorrir, eu podia ver o seu aceno a me fazer convite

Eu via a perfeição de seu corpo e a paixão que dos seus póros fugiam

Quando adolescente e mais crescido, aos seus cuidados estive

Quando a maturidade te apartou de meu olhar, meus sonhos te viam!

Hoje sou homem feito e talvez não tenha adiante o tempo que já tive

Acho que te vi e ainda vejo, no ideal de amor que sonhei merecer

Sei que nos mistérios aplacadores da razão, uma verdade sobrevive

Pois a visão que acompanha minha solidão, sempre há de ser voce!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/01/2008
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T834206
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