A ESTRADA

Lá onde o tempo

emborca na curva do caminho,

a vaca canta seu destino;

os sapos enchem as tardes

de maestria

o acaso me encontra na estrada

eu desenho em nuvens cheias o mapa do teu rosto

ancorado nas patas de um cavalo alado

sonhos sonhados em verde-anil

O canto triste do anu ressoa em cores de periquito

conspiram as capivaras

Há silencio nos olhos delas.

cada passo uma história

Há magia na lua nova

Há vida na fumaça enevoada

Há poeira vermelha em meus olhos

uma dança inesperada de vozes ocultas

em meus sonhos, teus abraços

ecoam prantos,

O aconhego do gado na envernada,

O silencio dos sapos no pós-chuva

é gritos afogado, grilos pirilampos a cantar:

É só o amor, é só a dor, soando e solando

na estrada noturna do tempo em revoada.

MariaBueno
Enviado por MariaBueno em 25/03/2025
Reeditado em 25/03/2025
Código do texto: T8294046
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