A ESTRADA
Lá onde o tempo
emborca na curva do caminho,
a vaca canta seu destino;
os sapos enchem as tardes
de maestria
o acaso me encontra na estrada
eu desenho em nuvens cheias o mapa do teu rosto
ancorado nas patas de um cavalo alado
sonhos sonhados em verde-anil
O canto triste do anu ressoa em cores de periquito
conspiram as capivaras
Há silencio nos olhos delas.
cada passo uma história
Há magia na lua nova
Há vida na fumaça enevoada
Há poeira vermelha em meus olhos
uma dança inesperada de vozes ocultas
em meus sonhos, teus abraços
ecoam prantos,
O aconhego do gado na envernada,
O silencio dos sapos no pós-chuva
é gritos afogado, grilos pirilampos a cantar:
É só o amor, é só a dor, soando e solando
na estrada noturna do tempo em revoada.