PRELÚDIO DE ALETHEYA
Entre quilômetros de metal, instrumentos e combustível,
Aletheya paira com suave precisão.
Há quanto tempo?
Um milhão de anos?
Pouco,
muito pouco,
para quem pretende
chegar ao Infinito.
As luzes firmes nos painéis
não indicam qualquer reação nos reatores,
mas não importa o destino
que porventura possa estar programado
nos computadores,
a comichão é minha
e dela não penso em abrir mão.
Derradeiro tripulante,
mas ainda capitão,
não me sentia só
e não sabia ainda
que eu era um sobrevivente.
Íons demais no ar,
empapuçado de estrelas,
com a barriga na rede,
brinco lá com os meus botões,
bêbado e orgulhoso.