OURO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Se até o ouro oxidou
Então não é ouro
E assim tudo mitou
É ferrugem no couro.
Nem tudo que brilha
É "ouro" de qualquer quilate
É o fogo queimando na trilha
E o sol que queima e bate.
O ouro que oxida
É como amor que acaba
Com passagem só de ida
Como coisa de gente braba.
Tem ouro de dezoito quilate
E também de quatorze que mia
Como vira-lata que late
E gato por lebre que comia.