Esquisofrenia Poética

 

Na catedral do silêncio, ressoam vozes

Sussurros que não pedem permissão

Fragmentos de um mundo em desalinhos

Teias de um pensamento em combustão.

Lá fora, a vida pulsa em compassos retos

Lá dentro, o caos dança em espirais

Cada sombra é um eco sedento

Razão que se esconde nos portais.

As paredes sussurram segredos antigos

O chão revela um abismo sem fim.

E no espelho, o reflexo hesita

Sou eu ou o outro que vive em mim?

Mas no meio das vozes e tempestades

Há instantes de um brilho fugaz

Onde o caos se curva ao dom do mistério

E a dor se traduz em algo mais.

Entre linhas de uma dor partida

Desenham-se mapas que poucos veem

E o que chamam total loucura é, às vezes,

O grito de um coração que ninguém lê.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 29/11/2024
Reeditado em 29/11/2024
Código do texto: T8208128
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