Esquisofrenia Poética
Na catedral do silêncio, ressoam vozes
Sussurros que não pedem permissão
Fragmentos de um mundo em desalinhos
Teias de um pensamento em combustão.
Lá fora, a vida pulsa em compassos retos
Lá dentro, o caos dança em espirais
Cada sombra é um eco sedento
Razão que se esconde nos portais.
As paredes sussurram segredos antigos
O chão revela um abismo sem fim.
E no espelho, o reflexo hesita
Sou eu ou o outro que vive em mim?
Mas no meio das vozes e tempestades
Há instantes de um brilho fugaz
Onde o caos se curva ao dom do mistério
E a dor se traduz em algo mais.
Entre linhas de uma dor partida
Desenham-se mapas que poucos veem
E o que chamam total loucura é, às vezes,
O grito de um coração que ninguém lê.