O poema do fim do mundo
O balconista da drogaria era um androide
o padeiro era um androide
o professor era um androide
o médico era um androide
seu melhor amigo era um androide
atores, atrizes, bailarinas,
pianistas, trapezistas, garçonetes,
o psicanalista, o jardineiro,
todos eram androides desatentos;
de olhos de vidros
cuja a secura era evidente.
Seres humanos sem trabalho
formavam filas enormes
a espera de um prato de sopa
ansiosos pelo fim do mundo.