BLUES COLOR N'PSYCHEDELIC

Pegue a tristeza e toda a dor e sofrimento deste mundo,

inevitável como todos os dias ao toque do amanhecer!

Não achas incrível e não te surpreendes com toda

manhã o brilho solar a te encontrar? — talvez tenha acontecido

tantas vezes que parece seco, tanto quanto o anoitecer silencioso.

Uma criatura antropomórfica

a perseguir nas estradas e encruzilhadas;

monstro belo, ofertando sua gentileza

nas curvas empoeiradas do Mississipi!

— um jovem perseguindo seus desejos sedentos,

inflamados nos azuis ressonantes num profundo walk bass!

Ah! O Blues, o Blues, a percorrer meu vermelho… —

a realçar em composições imensuráveis, baladas dylanescas;

temas latinos, o cheiro na camisa em mandalas indianas:

meu roxo é mistério, meu verde é dos riachos;

meu amarelo é entusiasta, e meu vermelho é como o azul:

quente e frio, acomodado e ansioso pelas liberdades…

LOVE, cante uma canção daquela banda no horizonte, deixe tocá-la,

escute suas letras, as Portas que se abrem, poeta das dissoluções!

Combinações jazzísticas, oldies a ressoar no plano de fundo.

A Experiência, Zeppelin em chamas, oculto nos ensinamentos místicos;

o Sabbath negro dos feitiços, neste plano country, o sertão brasileiro!

Os Besouros zumbindo ontem, eles me transformaram…

— o grande dia da minha vida!

Os fantasmas convidativos, a chama a se prolongar nas

entranhas do desejo e das paixões! Meu amigo,

retornarei novamente! —

Como os sonhos de diamantes rosados,

no setembro com as estrelas caindo do céu!

Eu voltarei sempre, eu nutro o desejo incessante

nas passarelas do teatro…

Com a Lua na madrugada arroxeada faiscando luzes

nas pradarias verdejantes!

Estou cansado das imbecilidades,

proferidas na boca de um suposto falatório de promessas

e de imagens tão magníficas que parecem cegar com sua luz…

Falsetes, ninharias, miséria, fezes que vêm perturbar

meus sonhos dourados!

Apressai-vos apenas para mudar o pensamento!

Desvencilhando-se de conclusões permanentes que chegam

espirituosas: vês que está se desvanecendo, é impermanente:

— há tantas coisas impossíveis nesse cosmos!,

meus olhos de perversão, meus gestos de carinho,

meus desejos sujos aos mais doces e límpidos!