MISERÁVEL
Francisco de Paula Melo Aguiar
Ninguém votou no derrotado
Depois de aberta à urna
Com o voto assim apurado
Da traira ao tubarão de furna.
Ninguém quer a foto
De quem assim perdeu
Com o voto apurado
Quer com quem venceu.
Ninguém quer a foto
Da última quimera
Com o voto apurado
Do miserável que já era.
Ninguém quer a foto
Como pulo de bicho
Com o voto apurado
A cartela vai para o lixo.