MEU ENREDO
E, hoje estou aqui contemplando
A apoteótica beleza da natureza;
Sua rebelde brisa desperta em mim
Uma saudade que estava adormecida.
Viajo pelas estradas desertas do tempo
E vejo as flores brotando nos canteiros
Da vida como antigamente
Num lírico esplendor de liberdade,
Que flutua além do horizonte dos sonhos
Que adormeceram na ausência das palavras
Que se calaram no silêncio
Das cálidas madrugadas de verão.
Sou um viajante das emoções;
Procuro me encontrar com o meu eu
Mas, sinto que ele já partiu,
Na sinopse do meu enredo.
Minha imagem vai sumindo
Por entre as espumas brancas
De um sereno mar que me banhou
No acalanto das suas mágicas ondas.
Sou envolvido pela tênue neblina
Das minhas épicas recordações
Que aos poucos vai encobrindo
A silhueta do meu virtual vulto.