Bosque
Seguro meu crânio com a alma
vaga de um sonhador,
caminho com ele num bosque de sombras
fantasmas, com sussurros lentos de horror,
sentindo o ressentimento do purgatório.
O corcel negro sapateia a lama
como se pisasse sobre sonhos notórios,
esquecidos das perdições da vontade,
tristes desejos relincham memórias.
E a catacumba do tempo hermética se fecha!
Os defuntos repousam suas histórias
enquanto espíritos acordam do vazio;
sozinho com a música sem notas
no bosque, toco o alaúde
da saudade. Toco como almas devotas
o Deus-morto no sorriso da morte.